sexta-feira, 29 de março de 2013

Justiça manda prefeitura indenizar pedestre

Em São Paulo. Imagina se esses juízes decidem dar uma voltinha nos passeios de Belo Horizonte.

Do Última Instância.
Pedestre é indenizada após queda em calçada irregular
O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) manteve indenização por danos morais, no valor de R$ 3 mil, a pedestre que sofreu uma queda em calçada irregular, na cidade de São Vicente, que resultou em fratura no seu tornozelo. O pedido de indenização por danos materiais e estéticos foi negado.
A Prefeitura de São Vicente, em sua apelação, afirmou que não havia buraco ou desnível na calçada, portanto, não era responsabilidade da administração municipal. Além disso, requereu a reconsideração da indenização por danos materiais e estéticos, bem como a por danos morais, no valor de R$ 3 mil, por não terem sido comprovadas as despesas alegadas. Requereu redução da verba honorária de R$ 2.900,00.
O relator Marrey Uint, em seu voto, declarou que "é fato incontroverso que o acidente ocorreu tendo em vista a declaração de testemunha que afirmou 'saber no ato que a requerente escorregara na calçada, a qual não tinha piso antiderrapante e tinha buraco', sendo que o depoente é pedreiro e por isso entende que no caso caberia o piso antiderrapante". A testemunha afirmou que a pedestre demorou de três a quatro meses para se recuperar.
A íntegra.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Nem Bogotá aguentou tanto carro

Belo Horizonte tem um terço da população da capital colombiana e uma planta projetada por Aarão Reis que possibilita o transporte coletivo integrado por ônibus, desde que pare de crescer: uma linha na Avenida do Contorno, uma linha em cada grande avenida que leva a cada região e linhas de ônibus menores transitando dentro dos bairros. O que lhe falta são planejadores. Porque planejar exige confrontar as características intrínsecas do capitalismo -- individualismo, imediatismo e lucro -- em nome dos interesses da coletividade, da qualidade de vida e do futuro. O carro é o bem material que evidencia isso mais do que qualquer outro, mas prevalece porque os interesses da indústria automobilística e de tudo que a rodeia (empreiteiras, políticos, publicidade, televisão, indústria de autopeças, oficinas diversas) são mais fortes. Passar de um sistema a outro é o atual desafio da humanidade. Sem isso, nem a cidade de Enrique Peñalosa aguenta. Planejamento também significa impôr limites à construção de edifícios, privilegiar áreas públicas e verdes, descentralizar os serviços, promover a expansão horizontal, implantar infra-estrutura antes que a ocupação aconteça -- enfim, o oposto do que a administração Lacerda faz em Belo Horizonte, por exemplo.

Do Opera Mundi.
Referência em transporte público, Bogotá virou refém do trânsito após salto populacional
Terceira cidade mais populosa da América do Sul, Bogotá sofre com trânsito diário. Apesar de ser exemplo de transporte público na América Latina, obriga seus moradores a alterarem sua rotina em função do trânsito caótico da cidade. O Transmilenio, sistema de corredores de ônibus criado em 2000, não dá mais conta do crescimento populacional – Bogotá abriga atualmente mais de 7,5 milhões de habitantes.
Assim que desembarca na capital colombiana, além de escutar sugestões para visitar pontos como a Catedral de Sal, em Zipaquirá, o viajante também recebe alertas sobre as horas de pico (das 7h30 às 10h e das 15h30 às 20h). Nesses períodos, as filas para pegar o Transmilênio são enormes e o tempo de espera pode chegar a até uma hora. A alternativa, então, poderia ser um táxi. Mas não é bem assim.
Nas principais atrações turísticas da cidade, é possível conseguir um carro especial (sem logotipo e o sistema de cobrança municipal), mas pode gastar até o dobro do que em uma corrida normal. No resto da capital colombiana, a cena mais comum é um taxista encostar o carro, perguntar o destino do passageiro e desistir. Com o tráfego parado, as buzinas são constantes mesmo nas ruas mais estreitas e, nesse cenário, os motoristas pensam duas vezes se a viagem realmente compensa.
A íntegra.

sábado, 23 de março de 2013

Jovens rejeitam carros

Matéria interessante. A mudança de mentalidade é decisiva para que a humanidade supere os gigantescos problemas que estão nos levando para a barbárie. As gerações que têm mais de trinta anos -- esta idade já foi emblemática: "não confie em ninguém com mais de trinta anos", dizia o lema dos anos 60 -- construíram esse mundo que os jovens estão herdando e terão de mudar para viver com a qualidade de vida que já faz parte do passado.

Do saite Mobilize.
Desinteresse dos jovens por carros preocupa montadora 
A geração entre 18 e 24 anos está se importando mais com os outros e com o mundo em que vivem
Maria Fernanda Cavalcanti 
Um recente artigo do The New York Times, da jornalista Amy Chozick, é mais uma prova de que os jovens mudaram. A geração entre 18 e 24 anos está se importando mais com os outros e com o mundo em que vivem, superando antigos valores e necessidades de consumo que já não os convencem e, muito menos, os satisfazem. Uma dessas mudanças importantes está no modo com que os jovens se relacionam com a mobilidade.
Há poucas décadas, o carro representava o ideal de liberdade para muitas gerações. Hoje, com ruas congestionadas, doenças respiratórias e falta de espaço para as pessoas nas cidades, os jovens se deram conta de que isso não tem nada a ver com ser livre, e passaram a valorizar meios de transporte mais limpos e acessíveis, como bicicleta, ônibus e trajetos a pé. Além do mais, “hoje Facebook, Twitter e mensagens de texto permitem que os adolescentes e jovens de 20 e poucos anos se conectem sem rodas. O preço alto da gasolina e as preocupações ambientais não ajudam em nada”, diz o artigo.
A íntegra.

PBH e PM pedem respeito, mas não respeitam

A mensagem desta peça publicitária é louvável, mas infelizmente não passa de propaganda. A PM, a primeira a assiná-la, frequentemente estaciona seus carros em cima dos passeios, nos locais mais inconvenientes, obstruindo a passagem dos pedestres; em geral nem tem policial dentro, como se carro sozinho fizesse policiamento. A Prefeitura de Belo Horizonte, que também assina a mensagem, não dá a mínima para o pedestre. Hoje mesmo, na Savassi, eu vi guardas municipais conferindo e multando rotativos vencidos, enquanto do lado havia carros estacionados no passeio, que não foram molestados. Não foi a primeira vez nem a segunda nem a décima que eu vi essa cena, certamente também não será a última. Guardas de trânsito em Belo Horizonte cuidam muito mais de arrecadar para a prefeitura do que do trânsito, pedestre então é uma coisa que nem passa pela cabeça deles. Carros e agentes da BHTrans -- outro órgão que assina a campanha -- circulam sem se darem o trabalho de observar o que acontece ao redor, parar, orientar, multar. Na Avenida do Contorno, entre Avenida Nossa Senhora do Carmo e Rua Grão Mogol, a prefeitura roubou três metros do passeio em um quarteirão inteiro para ampliar a pista para os carros. Atravessar na esquina da Contorno com Nossa Senhora do Carmo é um horror, pois além de estreito, o passeio começa cercado de postes. Se é assim na Savassi, considerada região nobre, nos bairros os passeios nem existem ou são lotados de obstáculos -- postes, lixeiras, canteiros, carros e motos estacionados, árvores etc. -- e a PBH não dá a menor importância a isso. BH tem polícia demais e policiamento de menos -- na verdade, é até melhor quando ela não age, porque quando entra em ação é para bater manifestantes e humilhar e prender pobres. A esquina de Carangola com Contorno é outro ponto de mau exemplo: rotineiramente há uma caminhonete da Polícia Civil estacionada no passeio, obrigando os pedestres a passar pela rua. É porque os órgãos que assinam a nota não punem e ainda dão mau exemplo que os motoristas desrepeitam as leis do trânsito e os pedestres, provocando tantas mortes e atropelamentos. Enfim, a mensagem é ótima, mas é só propaganda, pois as autoridades são as primeiras a ignorá-la.
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