PASSEIO É PRA PEDESTRE!: Do outro lado da rua

terça-feira, 4 de maio de 2010

Do outro lado da rua

Adiante tinha mais uma obra, do outro lado da rua. O pedestre muda de calçada e depois tem que mudar outra vez. Carrinho de bebê, cadeirante, idosos não passam.

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Carta aberta a Enrique Peñalosa

Prezado Administrador Público,

Sou belo-horizontino, conheço parte do seu trabalho e das suas ideias, que admiro e considero fundamentais para a qualidade de vida nas grandes cidades. Por isso, gostaria que tomasse conhecimento de que os espaços públicos em Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, Brasil, se encontram em estado lamentável e a qualidade de vida, em degradação crescente.

Passeios públicos, além de terem péssimo piso, são estreitos e ocupados por todo tipo de obstáculos (lixos, lixeiras, postes, árvores, canteiros, bancas de revistas, caixas de correio, telefones públicos, rampas etc.). Servem também de estacionamento para carros, motocicletas e outros veículos.

Se o pedestre comum tem dificuldade em se locomover nos passeios de Belo Horizonte, que dirá do cadeirante, de quem usa muleta, do idoso, do carrinho de bebê?

O pedestre é permanentemente desrespeitado, sem que as autoridades tomem providências e cumpram sua obrigação. A nova moda diante do congestionamento das ruas e da impunidade é as motocicletas transitarem nos passeios, avançando sobre os pedestres.

Enfim, Belo Horizonte é uma cidade (como tantas outras) pensada exclusivamente para os carros, na qual os pedestres não têm vez.

Além disso, faltam-nos áreas verdes, praças, parques, locais para caminhada, convívio e lazer.

As casas estão sendo derrubadas freneticamente e dando lugar a altos edifícios, transformando o espaço urbano, que dessa forma necessita ainda mais de áreas públicas. Só se controem avenidas, viadutos e outras obras viárias. Nada para o pedestre. Os semáforos para pedestres são rápidos como um raio e as faixas de travessia não são respeitadas pelos motoristas.

Infelizmente, a administração municipal não leva em conta esses assuntos, cruciais para a qualidade de vida nas grandes cidades, nem planeja para longo prazo.

Lendo uma entrevista sua, pensei em como seria bom que aconselhasse nossas autoridades com suas ideias ricas e arejadas.

Com admiração e esperança.