sábado, 29 de maio de 2010

Para não atrapalhar o trânsito, operações barulhentas agora são noturnas

Achei esse vídeo na rede. Não é em Belo Horizonte, é em Brasília, mas me lembrou a novidade dos caminhões de lixo funcionando de madrugada. Construções também: dias desses a BHTrans coordenou uma operação na minha rua para transporte de uma máquina pesada num caminhão imenso . Durou quase duas horas, das onze da noite à uma da manhã. Para não atrapalhar o trânsito. O descanso dos moradores não tem importância. Parece que está se tornando norma nas grandes cidades brasileiras.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Ópera no Mercado Central

Tudo a ver com este blog: apropriação dos espaços públicos pelos cidadãos. A inesperada e surpreendente ópera no Mercado Central numa manhã de sábado (8/5/10).

terça-feira, 11 de maio de 2010

Carga, descarga e estacionamento















Um problema que tem em toda parte: a loja (neste caso, a Persi Max, na Rua Pium-í) derruba o muro e usa a frente do imóvel como estacionamento. Acontece que no espaço não cabe nem mesmo um pequeno Uno, o que dizer de uma caminhonete de transporte de carga. Às vezes não sobra nem um cantinho para o pedestre passar.

domingo, 9 de maio de 2010

Por que os tapumes avançam tanto nos passeios?

Esta obra, no fim da Rua Pium-í, quase esquina com Avenida Bandeirantes, envolve dois prédios, num dos quais morava o vice-presidente da República, José Alencar. Não dá para saber o que será feito, mas o tapume tomou grande parte do passeio. No ponto em que há um poste, quase nada sobrou para a passagem dos pedestres. Sem falar da caçamba.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Organizações políticas arcaicas

O sistema de representação política da sociedade brasileira é arcaico. A população se multiplicou e se concentrou em cidades gigantescas. Hoje, um bairro de uma megalópole tem a população de uma cidade, mas continuamos sendo governados por um prefeito e uma câmara de vereadores. Eles nem imaginam o que se passa num bairro e a administração pública não tem a menor capacidade de dar resposta aos problemas locais, antes resolvidos pelos próprios moradores, poucos, que se conheciam, hoje anônimos. Essa obsolescência do modelo de representação nos dá a sensação de abandono e de distanciamento dos nossos representantes, que sequer conhecemos. Como se a política fosse assunto exclusivo desses 42 cidadãos eleitos de quatro em quatro anos. Quantas vezes, em 2009, qualquer um de nós falou com o vereador no qual votou em 2008 (se é que elegeu seu candidato)? Qual de nós já viu o prefeito pessoalmente? Quem sabe quem é o "administrador regional" do seu bairro? A gente não mora apenas num país, num estado, numa cidade, a gente mora efetivamente num quarteirão, numa rua, num bairro. Na verdade, cada vez mais a gente vive nos dois extremos: num bairro (porque a cidade ficou grande demais) e no planeta (porque o mundo ficou pequeno com as telecomunicações, com a informática, com os aviões, com a economia globalizada e com as mudanças climáticas). Os problemas que nos atingem ou são universais ou estão perto das nossas casas (cada vez mais apartamentos) e não há ninguém para resolvê-los, nem numa esfera nem noutra. Na esfera local, 41 vereadores para representar 2,4 milhões de pessoas não são só um número ridículo, são também um modelo político arcaico, assim como é insuficiente um prefeito para uma cidade tão grande. Por que essa concentração de poder? Por que não temos câmaras de bairros, administradores de quarteirões? É o mínimo de organização administrativa que o crescimento das cidades exige.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Outro caso típico

Na Avenida Bandeirantes, o passeio aparentemente é enorme e o piso não é dos piores, mas se repararmos bem, não sobra espaço para o pedestre. Belas árvores frondosas, que enfeitam, dão sombra e oxigenam a selva de concreto, ocupam bem mais de um metro de largura. O projeto arquitetônico recuou o prédio, mas o recuo é ocupado por carros e motos, comumente mais do que na foto. E tem também lixo. É um bom exemplo de como o passeio é lugar para tudo, menos para o pedestre.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Bonito, mas inadequado

Quando eu falei de um passeio bonito estava me referindo a este, em frente ao Butiquim Mineiro, que recebeu cuidados de paisagismo, como se pode observar. Uma graminha simpática, bom piso e o toco de uma árvore transformado em canteiro, com flores delicadas. No entanto, só restou um cantinho para o pedestre passar, seguindo a guia, junto aos cactos. Os passeios da cidade estão cheios de tocos de árvores; árvores são cortadas, sabe-se lá por que, mas isso não se reverte em vantagem para o pedestre, porque o obstáculo continua ali. Se o distinto bar se mostrasse sensível à passagem, por exemplo, de um cadeirante, estaria perfeito.

terça-feira, 4 de maio de 2010

O que é passeio livre

É obrigação da prefeitura garantir passeios livres para os cidadãos, assim como garante o bom asfalto para os carros. O que entendo por passeio livre? Uma faixa mínima de 1,2m (um metro e vinte centímetros) completamente desimpedida (sem árvores, sem canteiros, sem postes, sem lixo, sem lixeiras, sem caixa de correio, sem orelhão, sem abrigo de ônibus, sem placas de propaganda, sem tapume ou obra de construção civil, sem banca de revista, sem mesa de bar, sem casinha de motorista de ônibus, sem veículos estacionados ou qualquer outro obstáculo), com piso regular, seguro, padronizado. Isto não significa banir árvores, canteiros, lixos, mesa de bar etc., significa colocá-los além dessa faixa, alinhando-os e, se for preciso, retirando um pedaço do enorme espaço de asfalto destinado aos carros. Quem tem competência para manipular imagens virtuais pode pegar uma foto de passeio de hoje, simular um passeio limpo e comparar a diferença. É a diferença entre a civilização e a selva.

Cuidar dos passeios é obrigação da prefeitura

Tem um argumento que é sempre levantado pelas autoridades para justificar as péssimas condições dos passeios: cuidar deles é responsabilidade dos moradores. Ou seja: se o passeio está ruim é porque o morador não cuida do pedaço que fica em frente à sua casa ou seu edifício. Acho que é um argumento ruim, porque significa que a prefeitura não tem nada com isso, quando ela é responsável pela aplicação da lei e, portanto, pela fiscalização, por eventuais multas. Como no Brasil a impunidade é a regra, fica por isso mesmo, como na foto acima, de um passeio na decantada Avenida Bandeirantes. É preciso mudar o esdrúxulo raciocínio: assim como é responsável pelo caminho dos carros, a prefeitura também é responsável pelo caminho dos pedestres. Ou somos menos importantes do que os carros? É obrigação da prefeitura garantir passeios livres para os pedestres, da mesma forma que garante o bom asfalto para os motoristas.

Ainda na Pium-í: um caso típico

Este é um caso bastante comum nos nossos belos passeios. A árvore, protegida por uma alvenariazinha, ocupa mais da metade do passeio. O prédio, que certamente adora o verde, fez mais um canteiro de uns quarenta centímetros (em geral, esses canteirinhos no passeio são de um arbusto cheio de espinhos; por quê? Provavelmente para afastar os pedestres). Sobrou meio metro para o pedestre passar, espaço insuficiente, por exemplo, para um cadeirante. Ou para duas pessoas passarem ao mesmo tempo. Para completar, um monte de lixo. Por que o lixo não é colocado no asfalto, junto do meio-fio? Por que as lixeiras, que os belo-horizontinos prezam tanto, não são afixadas no mesmo lugar? Os carros não deixam? Neste caso, não faz muita diferença (a não ser emporcalhar a calçada), porque a árvore já impede mesmo a passagem, mas em muitos lugares é só a montanha de lixo que fecha o passeio.

Do outro lado da rua

Adiante tinha mais uma obra, do outro lado da rua. O pedestre muda de calçada e depois tem que mudar outra vez. Carrinho de bebê, cadeirante, idosos não passam.

Subindo a Rua Pium-í

Andar em qualquer rua de Belo Horizonte é presenciar uma série de desrespeitos ao pedestre. Nós é que já nos acostumamos e nem percebemos. Na Rua Pium-í, levei a câmara comigo e fui clicando, das piores às menores coisas, algumas até bonitas, mas ainda assim desrespeito ao pedestre. Esta, na foto abaixo, é das mais comuns: o passeio transformado em canteiro de obra.

Poda de árvores fecha o passeio





Um quarteirão inteiro com galhos e folhas fechando o passeio. Está certo, as árvores precisam ser podadas, o transtorno é inevitável. O que me incomoda é o desrespeito com o pedestre, obrigado a passar na rua. Pelo menos deveria ser delimitada aquela área com cones. Alguém imagina isso sendo feito com os carros? Durante uma manhã, sem aviso prévio, um caminhão estaciona, funcionários sobem em escadas, podam e enchem o asfalto de galhos; os carros, impedidos de passar, que desviem, busquem outras ruas, esperem. Não, com carros não se faz isso, a BHTrans chega, sinaliza, prega faixas com antecedência, avisa, deixa funcionários orientando o trânsito. É isso que eu não entendo: por que os carros recebem atenção das autoridades e os pedestres, não. Temos uma (grande) empresa para gerenciar o trânsito de veículos, com milhares de funcionários, gastam-se milhões em tecnologia, bilhões em oubras viárias, manutenção. E para os pedestres? Não há um órgão, uma política, um realzinho que seja destinado a melhorar as condições de trânsito para o pedestre.
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