sábado, 20 de setembro de 2014

Ideias para Belo Horizonte: corredores de ônibus integrados

Construímos o Largo da Liberdade? Que maravilha, heim? Um grande espaço público no ponto mais nobre da cidade, local de simples encontro da população, sem eventos, a não ser eventualmente, e sem cercas e horrorosas estruturas metálicas... Já não temos grades ao redor do Palácio, seus gramados foram abertos ao público, a ruazinha sem nome que vai da Avenida Bias Fortes até a pracinha Mendes Jr. também foi transformada em calçadão, como todo o restante do asfalto...

Vamos pensar agora na locomoção. Em primeiro lugar os passeios. Façamos bons passeios públicos para todos os que querem andar, que não precisam de veículos, porque todos somos pedestres, antes de ser motoristas ou usuários de ônibus, caronas, motociclistas, ciclistas. Passeios com piso uniforme, seguro, sem buracos e sem obstáculos. Sem postes e sem árvores, sem bancas e sem mesas, sem placas de propaganda e sem caixas de correio, sem orelhões, sem lixeiras e sem lixo. Um corredor de um metro e meio, dois metros, três metros, quatro, cinco, nas avenidas mais largas, mas absolutamente livre e regular, por mais estreito que seja. Bons passeios nos levam com segurança a todos os lugares da cidade.

Em seguida, o transporte coletivo, que é o transporte mais civilizado. Esqueçamos o Move e todos os crimes cometidos contra o trânsito na cidade, obras para empreiteiras e políticos se locupletarem, e que só tornam a cidade mais inóspita, mais violenta, agredindo moradores antigos despejados e apartados por dois lados de larguíssimas avenidas. Não precisamos de nada disso. Basta organizar o trânsito, coisa que nem com os bilhões gastos no Move foi feita.

Comecemos por uma linha de ônibus circular, seguindo por toda a Avenida do Contorno, não como agora, de vinte em vinte minutos, mas de cinco em cinco, três em três ou dois em dois, conforme for a demanda de usuários. Como é o metrô. E em faixa exclusiva, como o metrô. Sem ter que manobrar pra encostar e novamente para sair, sem parar no meio da avenida como hoje acontece. Só isso, ônibus circulando em faixa exclusiva, um após outro. E também uma linha exclusiva, sem nenhuma outra para atrapalhá-la. A Contorno une toda a cidade, dela podemos ir para onde quisermos.

Ao chegarmos na Avenida Nossa Senhora do Carmo, encontraremos outra linha que segue por ela, ao chegar à Avenida Afonso Pena também, e à Amazonas, à Prudente de Morais, à Andradas, à Antônio Carlos e a todas as outras avenidas da cidade que nascem ou cortam a Contorno ou estão logo depois dela. Em cada avenida uma linha igual, exclusiva, com corredor exclusivo e ônibus passando um após outro. O usuário faz a conexão, de necessidade de grandes "terminais" e outras bobagens.

Nos bairros, seguindo por ruas, micro-ônibus, mais adequados para transitar em vias mais estreitas e transportar número menor de passageiros.

Precisamos de mais? Sim, mas certamente bastará isso para fazer uma revolução no transporte coletivo em Belo Horizonte.

Deixemos para os carros espaço correspondente à menor importância que lhes dá um povo civilizado: quem quer enfrentar congestionamento, que enfrente, mas ele não é inevitável, se a opção for o ônibus. O mesmo dizemos para as motos.

Deixemos também espaço para bicicletas, no asfalto, como veículos que são, não nos passeios, respeitando o trânsito e os pedestres; faixas exclusivas entre o corredor de ônibus e as faixas dos carros, motos e caminhões.

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